Intensidade Fotográfica - (ou me jogo ou nem saio de casa) - Ribeirão Preto - SP
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Faz um tempo que não escrevo sobre mim por aqui, e me deu saudades, gosto que esse espaço também seja um pouco de "meu querido diário".
Desde que cheguei em Ribeirão Preto/SP, há 7 meses, tenho redescoberto o mundo e feito uma redescoberta interna também. É desafiador sim, largar tudo, deixar o conhecido, deixar quem me conhece para voltar a dizer : "oi, tudo bem? Prazer, sou a Karol Saadi". Mexe muito com ego, além do medo, que é um companheiro constante do novo e o desconhecido. Gera ansiedade, que é amiga constante desses outros sentimentos que falei aí.
Quando cheguei, tracei metas, de locais para ir, pessoas para conhecer, e um desses locais, eu já falei por aqui, foi o Despertar do Parto. Já conhecia virtualmente, mas pisar naquele tatame foi INCRIVELMENTE bom. Lembro em umas das primeiras vezes já ter dito que estranhamente estar lá me dava uma sensação de estar em casa.
E muito provavelmente essa sensação tenha sido alinhada com o fato de um amor, uma sensação de aconchego, aquele Imprinting imediado ao trocar olhares com a fundadora do espaço, Eleonora. QUE mulher. Se comunica através do olhar ela também, também sorri com os olhos. Gosto disso.
No pacote, juntinho e nem um pouco menos especial, vem Helena. Outra mulher poderosa.
Dentro disso tudo, eu comecei a fotografar alguns eventos lá, cursos para gestantes, cuidados com recém nascidos. Meu mundo né gente? Tô nisso desde antes de ser mãe, pensava "aaah me sinto em casa porque manjo muito desse assunto aí", haha, tolinha.
Fotografei alguns meses atrás o módulo I do curso de formação de doulas, e UAU, algo já tinha se reboliçado por dentro, e fotografei, com essa intensidade aí, por dois dias. Um final de semana, sábado e domingo. Até simulação de parto rolou galera, m a r a v i l h o s o. E nesse momento, já tinha sentido meus pés fincarem um pouquinho mais perto dessas mulheres. TODAS incríveis. Mas eu sou assim, eu não saio de casa se não for pra entrar de cabeça, se eu não for me abrir pra sentir o que outro sente, minha fotografia perde o sentido.
E aí, meus amigos e minhas amigas, início de outubro eu passei QUATRO dias com elas. Não só com Eleonora e Helena, mas com a turma, as vi um pouco por dia, e elas me viram também, e foi surreal. SURREAL.
Uma conexão que deu um passo além na minha relação em sentir a fotografia, em me soltar na vivência enquanto fotografo, em dançar, em fechar os olhos, em não poder ser vendada, mas deixar que meu olhar se fundisse com a câmera e que eu só enxergasse por ali. A ocular da câmera era o meu ver. E era como eu via a outra. E vendo a outra, me via também. A maior parte de julgamentos que fazemos (positivos ou negativos) geralmente reflete coisas que pensamos sobre nós mesmos. E QUE oportunidade para eu me rever. Vocês tem noção do privilégio que é viver tudo isso enquanto se trabalha?
Entendem porque eu posso recomeçar a fotografia mil vezes, em mil lugares? Porque a fotografia É os meus olhos. É a abertura direta do meu coração. É a minha intensidade, o meu envolvimento, a melhor maneira que eu tenho de descrever o outro, com os melhores adjetivos que eu puder dar.
Eu escolhi publicar as fotos do último dia do curso. O domingo mágico. Mas se você estiver procurando um curso de doula, não pense duas vezes, o Despertar do Parto é o lugar que acolhe, que mostra o caminho do ver o outro, que nos dá a oportunidade de nos libertarmos. De sair do casulo, virar borboleta.
Obrigada Eleonora e Helena, é bom saber que tenho com quem contar. Para quem ligar.
PS.: amores, não não e não, eu amo FOTOGRAFAR o curso de doula, não vou ser doula. Sou fotógrafa. E a meu ver, as duas profissões precisam se dedicar EXCLUSIVAMENTE ao que estão fazendo, a quem estão assistindo.
Espero que gostem das fotografias e que sintam a intensidade. Que vibrem desconstrução e construção, com amor.
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