Diário de uma quarentena - Parte 9 - Ribeirão Preto - SP
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Faz bastante tempo que escrevi a última vez para o Diário...
Posso resumir o dia de hoje como: a realidade bateu. Ela veio vindo... como se fosse ser só uma marola, mas no final da semana, ganhou força, ganhou volume, bateu em mim como aquela onda imensa, que joga longe, que afoga, que quando você laventa, não sabe muito bem onde está.
Me perdi um pouco e onde estou. O projeto das vídeos chamadas segue, minhas aulas seguem, tudo segue, da maneira que dá, mas as vezes sinto que eu não segui. Estou em algum ponto que não sei como me encontrar. Como se estivesse no ar, em suspenção, aguardando alguma certeza, que se porte como a gravidade, que me veja como um pino, e me coloque de volta em alguma casa. Fixa, em um tabuleiro. Cansei desse jogo.
Seria bom se fosse assim né? Cansei disso, dá play em outra coisa agora.
Meu trabalho faz falta demais pra mim, o presencial, o estar junto. Nunca, em 8 anos estive tão próxima e tão longe da fotografia ao mesmo tempo. Estou cansada disso também, essas dualidades. Quero uma coisa só. Quero estar perto, não quero outra opção.
Gostaria hoje, de ter aqui um texto motivacional, um papo pra cima, um grito de felicidade, mas me permiti somente ser e sentir, e em um espaço de conforto, como minha casa, poder desabafar, deixar ir, jogar fora pra ver se passa.
Essas fotografias de hoje foram feitas para minha aula, aula da minha linda Roberta, que segue ainda despertando ânimo para a mente continuar trabalhando.
São fotografias que expressam três palavras:
CARINHO
ATITUDE
LIBERDADE
Curioso falar de liberdade nesse momento, quando só sinto a falta de. Então em fotografias, os meus sentimentos, o que está dentro de mim e pode ser posto para foto através de imagens, que mesmo passando o tempo, continua representando os meus anseios, meus gritos, meus medos e minhas vedades.
Os únicos seres humanos que vejo e interajo há 47 dias.
E para encerrar o desabafo, quero te dizer uma coisa: se está difícil pra você também, vem cá, me chama, me conta, vamos ser o abraço virtual um dos outros. Se importar, conta muito.
Beijos, e me sinto acolhida, quando sei que tem alguém me ouvindo.